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Meu nome é José Carlos Dias Chaves, sou filho de Maria Ursulina Dias Chaves e José Maria Chaves, e nasci no dia 27 de abril de 1967, na cidade de São Luis do Maranhão. Iniciei-me na capoeira aos 12 anos de idade com o mestre Baiano e o contra mestre Bira no grupo de capoeira Marabaiana.

 

Mudei para São Paulo na segunda metade da década de 80, no final do ano de 1986, em busca de melhores condições de vida. Tive como primeira morada a Zona Sul de São Paulo, no bairro do Jabaquara, onde residi por mais ou menos um ano. Depois, mudei para o Centro, bairro da Bela Vista, morando inicialmente na Rua Rui Barbosa e, posteriormente, na Rua Conde de São Joaquim, Rua Humaitá, Rua da Abolição, Rua dos Bororós e na Rua Major Diogo. Hoje, resido na Rua Canindé, no bairro Pari. No período de vivência no bairro da Bela Vista, praticava a capoeira nos finais de semana, no Parque do Ibirapuera, onde tive contato com capoeiristas que iam aos domingos jogar a capoeira neste local e também com os capoeiristas que eram denominados “capoeira de rua”, por utilizar, dentre outras, a modalidade da capoeira para comercializar os seus produtos, como banha de peixe elétrico, sabonete de juar e ervas medicinais, bem como para divulgar o endereço de algumas academias de capoeira do estado de São Paulo.

Entre o final da década de 80 e o início da década de 90, conheci o sociólogo e musicólogo Roque de Souza que morava na Rua Conde de São Joaquim. Neste mesmo processo, comecei a frequentar a roda de capoeira da Praça da República, onde conheci mestres de capoeira formadores da capoeira paulista. Dentre eles, mestre Ananias, mestre Joel, mestre Miguel, mestre Almir das Areias, mestre Limãozinho, mestre Cavaco, mestre Biné, mestre Moa do Catendê, que ensaiava o afoxé “Amigos de Catendê” na nossa academia, na Rua dos Bororós, na Bela Vista, e que fazia o samba de roda e o cortejo do afoxé na Praça da República, nos finais de tarde, após a roda de capoeira. O meu aprofundamento na capoeira teve início quando fui treinar no grupo cativeiro, com o mestre Miguel, na Biblioteca Monteiro Lobato, no projeto cultural do professor Roque de Souza chamado Sampa. Este projeto consistia em apresentações da música popular brasileira e aulas de capoeira do grupo cativeiro.

Em seguida, treinei com o mestre Biné no Sindicato dos Condutores, e logo depois com o mestre Cavaco na Rua dos Bororós, Bela Vista. Em 1995, junto com o mestre Cavaco e amigos, fundamos o grupo Negaça Capoeira Angola, no qual permaneci até o ano de 2009, quando eu e alguns amigos fundamos a Escola Mutungo de Capoeira Angola.

Paralelamente, em 2002, ingressei na PUC/SP, no curso de História, no qual me formei, obtendo o bacharelado e a licenciatura plena no final de 2007. Ministrei algumas aulas como professor de história, arte educador e educador social em escolas públicas, particulares e órgãos não governamentais. Como professor de história, professor de capoeira e educador, realizei alguns cursos extras em diversas áreas, assim como algumas oficinas de capoeira e outros assuntos.

 

Desde 2011, em parceria com a mestra Dofona, desenvolvemos um trabalho de capoeira angola no Colégio Equipe que tem início com crianças de três anos de idade, terminando quando estas completam seus dez anos no final do Ensino Fundamental I. Este trabalho faz parte do currículo da escola na área da Educação Física. Ou seja, a importância deste trabalho consiste em ele estar difundido com as demais disciplinas educacionais formadoras destas crianças.

 

Paralelo a este trabalho, ensino na Escola Mutungo de Capoeira Angola, que tem como meta os objetivos ressaltados acima. A escola desenvolveu trabalhos educativos com crianças, jovens e adultos em duas ocupações do Movimento Sem Teto, na região central: Avenida São João n. 288 e n. 588. O trabalho educacional da capoeira angola, em parceria com as lideranças do Movimento Sem Teto, contribuiu com outros trabalhos culturais desenvolvidos com as crianças destas comunidades. Criando, assim, uma dinâmica de atividades na tentativa de sanar a falta de acesso à cultura, algo essencial à formação humana e cidadã destas crianças como sujeitos de direitos. O objetivo deste trabalho fundamenta-se na aplicação da capoeira de forma homogênea, compreendendo uma diversidade de elementos que a complementam, como cultura, esporte, arte, filosofia de vida e educação na sua maneira de existir.

Atualmente, estamos na Rua Joaquim Machado, n. 214, Lapa, onde realizamos a festa de sete anos da Escola Mutungo de Capoeira Angola, e esperamos que venham muitos bons eventos  como este.

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